A Prefeitura inaugurou nesta quarta-feira (05), a nova Farmácia Municipal, que passa a funcionar em espaço mais amplo e bem equipado, na Rua Rafael Costábile, 582, Centro. Até a segunda (03), o serviço funcionava ao lado do Hospital Municipal. O novo equipamento é um importante avanço na área da Saúde para atender a população.
Na nova Farmácia, todos os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) terão acesso a medicamentos comuns, como dipirona, além de psicotrópicos e remédios de alto custo e controlados, desde que receitados por médico da rede pública.
Segundo a Diretora de Saúde do Município, Bruna Westin, o principal objetivo da reestruturação física da Farmácia Municipal central é a melhoria da qualidade do atendimento, oferecendo maior conforto aos usuários.
O horário de funcionamento da Farmácia é de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas (para medicamentos da Atenção Básica e psicotrópicos), e de segunda a quarta-feira, das 8 às 17, e às quintas-feiras, das 8 às 12 horas, exclusivamente para dispensa de medicamentos de alto custo.
Além da Farmácia Central, também é possível ter acesso a medicamentos nas farmácias das cinco Unidades Básicas de Saúde.
DONA TEREZINHA
O novo equipamento homenageia Terezia Vari, a “Dona Terezinha” (1922 – 2017). Ela foi proprietária de uma das primeiras farmácia da Cidade, a Droga Love, inaugurada na década de 70, quando Bertioga ainda pertencia a Santos, muito antes da emancipação.
Dona Terezinha foi referência farmacêutica e era considerada a primeira médica de Bertioga, ainda que sem diploma ou formação na área da medicina, porque ajudava as pessoas com seus conhecimentos sobre medicamentos e a aplicação deles em cada tipo de enfermidade.
Filha de pais húngaros, veio para o Brasil antes de completar dois anos. Órfã do pai, que faleceu por causa de febre tifoide, foi criada pela mãe, que trabalhou como cozinheira e dona de pensão. Morou e estudou em colégio interno, na cidade de São Paulo, e casou aos 22 anos, com o alfaiate Alcebíades Rodrigues Gomes, em 1944. Teve duas meninas, Nilza e Elza.
Chegou a viver na juventude ao lado de uma faculdade de Medicina e Farmácia, no bairro Bom Retiro, na Capital, mas a situação financeira e até o preconceito da sociedade com mulheres na universidade não permitiu a realização do sonho de cursar uma faculdade. Anos mais tarde, formou-se em Farmácia.
Conheceu Bertioga por meio de uma amiga, que a convidou para um passeio na cidade, no final dos anos 60. Abriu a Droga Love, no Jardim Rio da Praia, em 1972. A segunda unidade foi aberta tempo depois, no Sesc.
Dona Terezinha conhecia bem as famílias de Bertioga e as dificuldades que elas passavam. Em certo período, trouxe para a Droga Love a coleta gratuita de sangue, feita pelo INPS (Instituto Nacional de Previdência Social). A decisão era para evitar que as pessoas andassem por quilômetros para fazer esse exame. Esse é apenas um dos bons exemplos que ela semeou naquela época.
Era na porta dela que as pessoas batiam, até mesmo de madrugada, em busca de socorro, nas horas de aflição e dor. Como pagamento, nada de cartão de crédito ou dinheiro. Mesmo sem pedir nada, os agradecimentos vinham na forma de peixes frescos, mandioca e galinha caipira.
Décadas depois, vendeu as duas farmácias para um funcionário. Depois de aposentada, chegou a trabalhar no Centro de Saúde, no período de 1997 a 2000.