Guaxe
Guaxe
O guaxe é um passeriforme da família Icteridae. Conhecido também como japiim-de-costas-vermelhas, japiim-do-mato, japim-guaxe, japira, xexéu-baêta e guaxo.
Imortalizado na canção Japiim de Waldemar Henrique:
“Meu branco não chama desgraça
Tupã do céu pode ver
Japiim é alma penada
Por isso não deve morrer
Japiim foi a flauta de Tupã
Só cantava de manhã
Para o sol se levantar
Por seu canto
Era a terra despertada
E, na selva, a passarada encantada
Se calava para escutar…
Por isso, meu branco eu lhe aviso
Não mate mais Japiim
Anhangá que zela por ele
Persegue a quem lhe der fim.”
Nome científico
Seu nome científico significa: do (espanhol) cacicus = cacique; nome para caciques utilizado no caribe espanhol; e do (grego) haima = sangue; e orrhos = anca, costas, traseira, uropígio. ⇒ Cacique com uropígio cor de sangue.
Características
Mede entre 21,5 e 29,5 centímetros de comprimento e tem entre 62 e 96 gramas de peso. O macho mede de 27 a 29,5 centímetros de comprimento e a fêmea 21,5 a 24 centímetros.
A plumagem do guaxe é quase totalmente negra. A íris é azul. O bico é longo, reto e amarelo. A parte posterior das costas e o uropígio são de cor vermelha. Esta parte é especialmente visível em voo. As pernas são pretas.
Não há nenhuma diferença visível entre a plumagem do indivíduo do sexo masculino e o indivíduo do sexo feminino. Os machos são ligeiramente maiores que as fêmeas.
A plumagem juvenil é fuligem, apresentando a íris na cor marrom.
A vocalização é rouca, misturada com assovios; canto barulhento.
Subespécies
Possui três subespécies reconhecidas:
Cacicus haemorrhous haemorrhous (Linnaeus, 1766) - ocorre do leste da Colômbia até o leste do Equador e do sudeste da Venezuela até o leste da Guiana Francesa e norte do Brasil no estado de Roraima;
Cacicus haemorrhous affinis (Swainson, 1834) - ocorre no nordeste e leste do Brasil, do estado de Pernambuco até o estado de Santa Catarina, no nordeste da Argentina e no leste do Paraguai;
Cacicus haemorrhous pachyrhynchus (Berlepsch, 1889) - ocorre da bacia do Rio Amazonas no Brasil nos estados do Amazonas e Pará até Rondônia e no noroeste do estado de Mato Grosso, no leste do Peru e no norte da Bolívia.
(Clements checklist, 2014).
Alimentação
Onívoro.
Reprodução
Leva de 24 a 36 meses para atingir a maturidade sexual.
Somente a fêmea constrói o ninho em forma de bolsa com 40 a 70 centímetros de comprimento, em colônias, com material de vários vegetais e localização variada, podendo ser à pouca altura sobre a água, no alto de árvores no meio da floresta ou em palmeiras nas bordas da floresta. Põe 2 a 3 ovos brancos com pontos e manchas avermelhados e roxos, tendo de 2 a 3 ninhadas por período de reprodução.
Hábitos
Varia de raro a comum na copa e bordas de florestas úmidas (na Amazônia principalmente na terra firme), florestas secas e de galeria e capoeiras altas. Vive em grupos, sendo visto regularmente nas bordas de diversos habitats florestais. Prefere baixadas quentes com florestas.
Predadores
Distribuição Geográfica
Presente no Brasil em duas regiões separadas:
1.em toda a Amazônia e;
2.de Pernambuco ao Rio Grande do Sul, estendendo-se para o interior até Goiás e Mato Grosso do Sul.
Encontrado também nos demais países amazônicos e no Paraguai e Argentina.