Beija-flor-rajado
Beija-flor-rajado
O beija-flor-rajado é uma ave apodiforme da família Trochilidae. Devido à perda de habitat está classificado como próximo a entrar em perigo de extinção (fonte: BirdLife International).
Nome Científico
Seu nome científico significa: do (grego) rhamphos = bico; e odön = dente; e do (latim) naevius = manchado, com manchas, pintado. ⇒ (Ave) manchada com bico de dente.
Características
Mede entre 14 e 16 centímetros de comprimento e pesa entre 5,3 e 9 gramas (Hinkelmann, 2013), sendo o maior beija-flor da Mata Atlântica e um dos maiores do mundo. Partes superiores marrom esverdeadas; cabeça escura; garganta e pescoço laranja com uma listra escura no meio; face laranja, com larga faixa transocular preta e estreita faixa superciliar pardacenta, sendo mais clara no macho; partes inferiores pardacentas, amplamente estriadas de negro, principalmente o peito. Asas pretas; cauda larga, não prolongada com as retrizes centrais pretas e as laterais pardo-claras. Bico forte de base larga, reto e terminando num gancho no macho e suavemente curvo na fêmea, o que pode ser explicado por diferença de hábitos alimentares; mandíbula amarela e maxila preta.
Fêmea e imaturos tem uma mácula menor na garganta.
Subespécies
Espécie monotípica (não são reconhecidas subespécies).
Indivíduo com plumagem leucística
O que é leucismo?
O leucismo (do grego λευκοσ, leucos, branco) é uma particularidade genética devida a um gene recessivo, que confere a cor branca a animais geralmente escuros.
O leucismo é diferente do albinismo: os animais leucísticos não são mais sensíveis ao sol do que qualquer outro. Pelo contrário, são mesmo ligeiramente mais resistentes, dado que a cor branca possui um albedo elevado, protegendo mais do calor.
O oposto do leucismo é o melanismo.
Alimentação
Os açúcares da dieta são obtidos do néctar de flores de pequenas bromélias, sendo um dos seus principais agentes polinizadores. Visita as plantas ao longo de um percurso, em oposição à maioria dos outros beija-flores que são territorialistas e defendem rigorosamente suas fontes de néctar. O conjunto língua/bico é extremamente eficiente, funcionando como uma bomba de sucção de água, que permite puxar o néctar da flor rapidamente enquanto ele está em voo de libração (voo parado no mesmo lugar). Os beija-flores também costumam sugar exsudações dos frutos maduros da figueira (Ficus sp). Alimentam-se de artrópodes (insetos como mosquitos e borrachudos, aranhas), que constituem a fonte de proteínas da dieta dos jovens.
Reprodução
Na época do acasalamento o macho costuma cantar e se exibir para chamar a atenção da fêmea, executando verdadeiras coreografias nupciais. Seu ninho tem formato alongado, terminando num apêndice caudal que dá equilíbrio ao ninho. É confeccionado com finas raízes e fibras, resultando um trançado reticulado através do qual se vêem os ovos. Nas paredes externas são afixados alguns líquens e detritos vegetais. O ninho é suspenso em uma folha de palmeira, Heliconia, etc. A fêmea põe geralmente 2 ovos alongados e brancos, cabendo a ela depois do nascimento dos filhotes, alimentar a prole.
Hábitos
Endêmico da Mata Atlântica, vive no interior sombreado de matas de encosta em altitudes de 500 metros. Pode ser observado em jardins, desde que estes sejam próximos à vegetação nativa. Gosta de flores miúdas de bromélias. Como todos os beija-flores, são extremamente sensíveis a cores e atraídos por flores e objetos coloridos (geralmente rosa, vermelho, amarelo, etc), pode visitar mais de 200 flores por dia. Acompanha bandos mistos de aves e não é territorialista. Balança a cauda.
Voz: “zshak”; três a seis assobios altos em sequência fortemente descendentes, “tzi-tzü-tzü(-tzü )”, uma estrofe mais modulada e prolongada emitida em voo; it-it”.
Distribuição Geográfica
É endêmico do Brasil. Ocorre do Espírito Santo e Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.